segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O Republicanismo

A forma Republicana de Governo é uma forma de pensamento revolucionário produzido pelo Liberalismo econômico pautado pelas ideias iluministas que desejavam superar o Ancien Régime dominado pelas tradições, estruturas e instituições de Doutrina Católica.  Como mostrei em outras postagens, no Velho Regime moldava o Governo em formas sociais tradicionais alinhado com os impulsos naturais do ser humano orientado pela guia Espiritual da Igreja. Ao contrário do que se pensa, até mesmo do absolutismo, os Reis deveriam consultar as tradições do povo e a disposição dos Nobres Aliados da sua Corte. Essa consulta era feita de forma naturalizada entre o poder e a tradição,  não necessitando de leis que regulamentassem isso processos legais para a relação com o Povo.

A República moderna foi inspirado na Renascença e que em prática se entendia a muitos que daria certo nos Estados Unidos, encorajou muios teóricos Liberais europeus, no caso da França, a levantarem uma Revolução, no qual se impôs um Estado de Direito e um código Jurídico escrito aderido a uma constituição escrita nas formas do Contrato Social, pervertendo assim as velhas tradições que a consideravam ultrapassadas a Leis híbridas que consideravam construir um "Novo Homem" baseado no que seria perfeito a observação clínica e interpretação de Ilustres Acadêmicos e eruditos e cientistas. A construção dessa Nova sociedade deveria produzir novos valores que substituíssem os velhos tradicionais e assim através da razão, um grande empreendimento hermenêutico, filosófico e Histórico foi feito. Re-dataram a história em etapas evolutivas como a Pré-História, história Antiga, a Idade Média(período de decadência social, cultural e moral da sociedade influenciado por diversos fatores tendo como principal fator a influência obscurantista da Igreja) e a Renascença, a retomada dos rumos da história pelas razão dos homem.

(Lembro que os filósofos no mundo ocidental remete a construção acadêmica racionalista proposto pela Renascença enquanto forma de influência social. Os filósofos de então se escreviam cartas sobre os mais variados assuntos sobre ética, política, ciências naturais e interpretações anacrônicas dos velhos filósofos clássicos da Grécia. Essa confraria de filósofos se auto-denominava de "os iluminados" - daí o  Iluminismo ou século das Luzes atribuidos ao ápice dessa filosofia no século 18 - sendo boa parte deles associados a seitas como Maçonaria e Ordem Rosa-Cruz, onde se estudava uma forma de metodologia sistemática da Magia e uma racionalização do Sobrenatural e eventos ainda misteriosos e atribuídos suas causas a uma simbologia animista pagã. Dessas ordens de filósofos excêntricos que se aparece a ordem dos Iluminatis, que nada era mais do que um clube que propunha a razão como pauta para o mundo, usando principalmente da maçonaria que era associação de caráter secreto de influência progressiva na conjuntura do poder)

Acredito que o conceito de cidadania e humanismo em comparação entre os clássicos e Neo-Clássicos humanistas possuem diferenças relevantes: A cidadania Grega e Romana não eram em essência construtoras de um Novo Ser, mas uma tentativa de alcançar o verdadeiro sentido do Ser. A democracia Ateniense não buscava a Igualdade senão essa restrita aos cidadãos atenienses. A filosofia Grega trabalhava a transcendentalidade se chocando muitas vezes com o senso comum massificado acerca das coisas, mas o Neo-Clássico trabalha não a ontologia, mas a instrumentalização do Ser, a tecnocractização da Ontologia a uma epistemologia objetivista, ou seja, desmerece a subjetividade e a vida tradicional  e transforma  a visão clínica de natureza  cada vez mais presente de forma gradual nas instâncias mais elementares da vida do Governo e do dia-a-dia.
Iniciasse a sociedade de controle, algo tão comentado por Foucault   que adora culpar a burguesia e o liberalismo mas nunca lembrando com reverência o Antigo Regime, e pior, propondo uma nova sociedade libertária Pagã e relativista (Não é atoa que Foucault  é tido como um dos pais da filosofia contemporânea).

Enfim, a cultura hibridizante republicana precisa construir novos valores que unam o povo em elementos sociais básicos de convivência que não seja apenas a juridificação e legalizifiação social. Esse pensamento constrói uma tradição artificial que hoje a conhecemos na arte como naturalismo, romantismo e modernismo. Isso configurou a forma de enxergar-se a si mesmo das nações europeias após a Paz de Westfália de forma Gradual, Na Alemanha unificada, por exemplo, o romantismo tomou folego total a construir uma cultura unificada entre todos os principos, resgatando todos os valores e mitos pagãos míticos dos antigos germânicos altamente agressivos, Ufanistas, assaltantes e Guerreiros. 

(Aliás esse é o tema cerne de próprio todo o trabalho contemporâneo, de Sartre, Adorno, Hanna Arendt, Heidegger, Foucault e tantos outros. Conseguem encontrar na "coisificação" da humanidade numa  cultura  nacionalista que tende ao totalitarismo e a crença no cientificismo que mata a metafísica e a filosofia e propõe somente o progresso objetivo da humanidade, sendo as questões subjetivas tradicionais sempre relegado a uma importância apenas da vida privada ou na vida na Igreja, como se fossem apenas sombras e neuroses e a loucura. Esse Espírito racionalista que possuiu a Europa conduz a humanidade a duas Grandes Guerras de consequências devastadoras, o que faria a muitos pensar sobre a validade do "progresso" como a melhor forma ética a mostrar ao povo )












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