terça-feira, 1 de novembro de 2016

A Filosofia


Iniciando na adequação da palavra Filosofia nos dias de hoje, um filósofo tem duas etapas desde seu "reinício" na Itália do Século 15. Os humanistas tentarem reviver o Espírito da Razão Greco-Romana invocando mais a Platão do que Aristóteles. É a partir do estudo desse acadêmico que surge os conceitos modernos de forma perfeita, a busca do belo e do ideal. As questões pragmáticas em Aristóteles serão importantes sim, mas em segundo plano dando suporte metódico a política e as formas Platônicas. É interessante lembrar que, apesar da Renascença e do Iluminismo serem doutrinas enfaticamente racionais e objetivas, seus adeptos em sua intimidade praticavam e acreditavam na magia. Muitos eram Maçons, Rosa-Cruzes, Alquimistas e até Neo-Pagãos.

O filósofo ganha essa notoriedade do enciclopedista que tudo cataloga e do ilustrado que de tudo sabe um pouco formando o início da tradição do ciência ou da ciência. O filósofo era uma pessoa Ilustre que, já separado das superstições religiosas da Igreja, tenta encontrar as Leis naturais e causas naturais dos eventos do Universo.

Mas esse filósofo não foi o resgate em si do filósofo Grego que em sua filosofia procurava a verdade para viver e negando a ilusão e as reformas míticas do mundo. O filósofo moderno pretendeu reescrever o homem, aperfeiçoa-lo, fazer um novo homem diante da ciência que revela o universo. Notem que apesar da semelhança entre as duas filosofias, a dos Gregos era Puramente Ontológica e a Moderna puramente tecnológica.

Por isso às  vezes me pergunto se é correto evocar desse termo filósofo. Será certo também evocar o Teólogo, já que a doutrina da Fé não se baseia na Verdade Pura, na Verdade dogmatizada pela tradição da Igreja não verificável? Confesso que é uma questão . Questiono até a Verdade Ontológica, que no ímpeto de revela-la, nos negamos a subjetividade da vida com o próximo e a natureza.

Montarei um texto em breve em que tratarei sobre o "Niilismo" onde ensaiarei os desdobramentos da Ontologia, da Ciência e da Tradição na história do homem.

Heidegger gosta de citar Heráclito na questão do movimento e da relação dos Entes contrários na formação de outros Entes. Quero falar um pouco disso para tentar entender como a filosofia surgiu:

  O Surgimento da Filosofia

O Milagre Grego. Esse é o conceito de inúmeros Doutores e especialistas em filosofia designam o surgimento da filosofia na Grécia. Não que houvessem pensamentos superiores em outras nações, como por exemplo no Egito e na Mesopotâmia, onde a aritmética despontava juntamente com a astronomia. Na Índia surgem conceitos metafísicos importantíssimos e em seus mitos uma representação religiosa fantástica das energias psíquicas e dos arquétipos da mente humana. Mas nenhum deles teve essa capacidade de romper com o mito e de ver a coisa em si como mero acidente, de ver a subjetividade numa forma tão íntima com o coração, e de uma moral, duma ética e de suas Leis Superiores que descobriram ser a proteção da Alma e Espírito do homem, fazendo um dos primeiros povos junto com Israel a descobrir a sua "Humanidade" como algo valoroso e precioso. Que a Dignidade, a Honra, a Virtude e a Lealdade não meros preceitos comerciais ou pelo capricho de deuses como em Hamurábi, mas a ruptura com esses deus caprichosos para a  descoberta do coração de ouro de deuses de corações Nobres que representavam o que de havia de Forte e poderoso dentro de seus próprios corações. A grande valoração pela Ética como uma Lei imanente e superior brotada de uma instancia elevada do Universo, o mundo das ideias, a razão que lhes mostrava o mundo como ele é, a beleza e a feiura como eles são, e a intensidade de se viver na sua forma mais genuína de se sentir.

A beleza da filosofia e a sua descoberta inicia no mundo uma Nova Era e o momento de fazer brotar uma civizilização de Espíritos Superiores. Um jato de luz sobre a humanidade.

Certamente você dificilmente encontrará esse tipo de interpretação nos livros de história da filosofia ou nos livros da  modernidade e contemporaneidade, pois eles estão muito aderidos a metafísica da construção do método epistemológico, na analítica objetiva da natureza e uma ética pautada na construção de uma Nova Ordem mundial.

Voltando a Heráclito, acho que esse filósofo pode estar certo em seu método. Como poderia surgir algo tão sublime senão por uma grande dor, uma grande angústia e uma grande opressão? Em outras palavras, quem mais preocupado com a Verdade senão o Louco que é torturado pela certeza de suas conflitantes ilusões, também aquele que é usurpado de sua da essência de sua vida em si numa vida de mentira e engano aplicado pela família ou por falsos amigos que lhe manipulam das trevas para seus interesses egoístas e impiedosos, ou quem sabe sendo vítima de um Deus enganador como propões Descartes.

Dor, sofrimento, desespero, loucura, mentira, obsessão, paixões egoístas, vícios, corrupção perverção, escravidão, orgulho e perdição, e o pior de tudo, a tomada pelo tédio, de não conseguir sentir mais nada, de tudo ser superficial e sem gozo e alegria. Seria o Inferno.

É no Inferno onde o homem se volta para a verdade e de volta para a Luz, como já acreditava os gregos e os trácios nos mitos Órficos sobre a transmigração das Almas, do poder do Rio Lethes Descer ao inferno não é uma tarefa fácil, sendo necessário um Guia Ascencionado Espiritual, ou um hierofante para que o iniciado não se percas nas chamas da perdição e do esquecimento. Toda esse energia mítica vai influenciar no milagre grego.

Mas faço uma pergunta: O que aconteceu aos gregos para que algo assim surgisse. Mas será que tudo que eu disse foi real?







Nenhum comentário:

Postar um comentário